Nós, mulheres...

Texto escrito dia 09 de março de 2012. Fiquei receosa de publicar... mas vai lá. Já escrevi coisas melhores.

Hoje, me dei conta da importância do dia de ontem... Dia internacional da mulher! 

O excesso de trabalho e o acúmulo de tarefas me fizeram esquecer de comemorar e aproveitar esse dia. Recebi, claro, abraços dos meus alunos. Bom  saber que tenho o carinho daqueles que diariamente passam pela minha vida.

Ontem, como todos os dias, saí correndo de uma escola para a outra. Tenho 20 minutos para lanchar e me deslocar: de moto fica mais fácil, mas às vezes o trânsito está tão intenso que tenho que descobrir caminhos alternativos. E vou me deliciando nos novos caminhos percorridos...

Ao chegar à segunda escola, encontrei uma mesa caprichada com “quitutes” em homenagem as mulheres professoras. Quem preparou? As mulheres que fazem parte da direção da Escola. Pequenos presentes nos foram dados.Em meu celular, várias mensagens de “parabéns” enviadas por outras mulheres. Além da emancipação feminina, ouso falar que há um fenômeno chamado solidariedade feminina.  Não desmerecendo os homens, e seu valor na sociedade, no mercado de trabalho, na família... Eu estou falando que apenas uma mulher consegue entender o que a outra vive, sente...

Saí de casa hoje como sempre faço: pego minha moto, enfrento o trânsito de todos os dias. Algumas lágrimas insistiram em escapar dos meus olhos, emocionada por lembrar o  dia de ontem.

Mas reparando bem, percebi que as pessoas não percebem as outras, não conseguem enxergar  o outro. E olhando dentro dos carros, nas ruas, nos capacetes das motos, vejo: rímel, batom, sombra, lápis... E lá vamos nós, mulheres motoristas, pilotos, pedestres, para mais um dia de labuta!

Ciclo

Este pequeno texto foi produzido quando eu fui dispensada do cargo de vice-diretora (término da gestão) da EE professor Alisson Pereira Guimarães em janeiro de 2012.

Hoje se encerra mais um ciclo na minha vida. Foi uma etapa grandiosa, cheia de desafios e aprendizados.

Conheci muitas pessoas, fiz muitos amigos: eternos no sentido literal da palavra, e alguns como os de Vinícius de Moraes, ” enquanto durem”.

Trago em meu coração uma colcha de retalhos, de lembranças das pessoas que estiveram presentes nesta caminhada. Retalhos coloridos, sem cor, extravagantes, discretos, floridos, estampados... Marcas da personalidade de cada um, diferentes. Alguns calados, outros agitados, políticos, brigões, apáticos. Todos me fizeram crescer.

E agradeço imensamente a todos, dos três turnos da Escola Alisson Pereira Guimarães (Poli).

Nada de tristezas, nada de pedido de desculpas. Apenas a certeza de que a escola hoje está nas mãos certas, daqueles que há muito fazem por ela.

À minha professora Solange.


Uma lembrança das minhas aulas de Literatura infanto-juvenil me visitou por esses dias. Fiquei mastigando algumas palavras escritas numa oficina desta matéria (só a lembrança). Era algo sobre os contos de fadas, adaptação para contos juvenis. Eis uma pequena amostra desta produção.

Era uma vez um príncipe e uma princesa.

Ele procurava um reino bem próximo.

Ela vivia em um reino distante.

Mas eles tinham algo em comum: a busca.

Ele encontrou os olhos dela, ela não tinha olhos para ele.

De repente, se encontraram...

Era um encontro de almas,

Olhos, bocas...

Ela, menina faceira, alegre, alheia a tudo,

Buscava sempre seu reino distante.

Ele, menino quieto, queria um reino bem perto, que o fizesse sorrir.

E eles sorriram juntos, brincaram juntos, aprenderam juntos.

Ele sentiu a alegria e o carinho dela.

Ela sentiu o amor e a procura dele.

Mas o cruel tempo, madrasta má,

Foi eterno responsável  por  este fim.

Ela deixou seu reino distante,

ele esqueceu a busca incessante.

E agora,

Em caminhos errantes,

Buscam outros reinos...

Mas ela não irá esquecer o carinho dele,

E nele ficou marcado a faceirice dela.

Telmi – escrito em 1997, readaptação (fragmentos) em 2011

A Elas

Todos nós devemos valorizar nossas raízes,
as pessoas que foram importantes para nossa educação, nossa formação.
Segue texto feito para as minhas avós, Lázara da Conceição e Cândida da Conceição. Mulheres importantes na construção da minha história.
A primeira ainda vive, a segunda, faleceu quando eu estava com apenas 8 anos.
Espero que gostem.

A elas

Quando me lembro da minha infância

Penso que nunca fui só.

Neste passado tão bonito

Tenho saudades da minha avó.

Cândida era seu nome e seu carinho

Sorriso sincero...

Quanta ternura!

E nessa brancura, nessa doçura

Vivi doce aventura

Onde eu era o cavaleiro

Da sua muleta veloz

Corria pela casa,

Voava, lindo albatroz.

Se firmo mais o pensamento

Lembro de outra, então.

Seu nome: Lázara da Conceição.

E como sorria!

Sua mão de fada

Seu afago sem fim,

Até quando velhinha,  já sem memória,

se lembrava de mim

Uma cópia do que ela era

Privilégio meu parecer uma mulher tão bela.

Neste momento

Tanto faz se são elas

Paternas ou maternas

São, com certeza, em meu coração

Eternas.

Minha viagem!

Gostaria  de justificar o título deste blog. Viagem é um substantivo que exerce várias funções. Por isso, viagem no texto pode dar várias informações a vocês, leitores.

Como sou professora, e trabalho com adolescentes, tomarei o extenso vocabulário destes alunos para me justificar.

Viagem pode ser algo parado, estático. Neste caso pensaremos no verbo. "Viaja nimim não, fessôra!!!”. Quer dizer, professora por que você está parada só em mim?

Também pode indicar transcendência, ir além. “A fessôra viajou agora...” Também em sua forma verbal.

Viagem também pode ser: ao ler um livro, você viaja em seu conteúdo. Quer dizer, você entra naquele enredo, percebe seu momento histórico e vivencia essa experiência, abstraindo-se da realidade momentaneamente.

E, viagem significa  sair de seu lugar e ir a outro fisicamente. Pensando neste último conceito, resumo todos os outros.

Enfim, registrarei aqui as “minhas viagens”, sejam elas físicas, emocionais, transcendentais...

Será o lugar das minhas imagens, sensações, textos lidos, escritos ... e você é meu convidado para embarcar nesta minha viagem entre textos e imagens.

Início

Caros amigos/alunos/desconhecidos/família e etc.
Este blog é um instrumento de ensino-aprendizagem. Sou professora, estou trabalhando com os meus alunos as várias formas de comunicação.
Relutei muito, antes de me render a esse tipo de ferramenta.
Mas, agora, resolvi fazer deste espaço um lugar para os meus textos, pensamentos e "viagens".
Espero que gostem.
Beijos